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Após 3 anos, uma visão começa a ganhar corpo… Aguarde, pois Deus está operando.
Nietzsche não tem graça from Fonte de Sicar on Vimeo.
Onde já se viu um judeu, descendente do rei Davi, reconhecido pelo povo como um Rabi, bebendo, indo a festas, conversando com imorais, curando no sábado, não jejuando, indo comer com os traidores da nação/religião… Que absurdo!!! Onde já se viu falar que um romano, adorador de outros deuses, um idólatra gentio teria mais fé que qualquer um de nós? Deveriam crucificá-lo e assim preservar a religião, não é mesmo?
E quanto a Paulo, defendendo que os gentios poderiam ser salvos e merecedores da graça sem ter que vir para a nossa religião? Já pensou no perigo ter alguém ser membro da comunidade sem ser circuncidado ou em nosso contexto: batizado “por imersão” (sic)?
Os religiosos da época devem ter se comportado do mesmo modo que muitos dos nossos contemporâneos quando estes veem a ousadia de alguns em sentar-se e compartilhar os pontos comuns com outras correntes da cristandade. Imagine então definir-se como “cristão missional, evangélico, pós-protestante, liberal-conservador, místico-poético, bíblico, carismático-contemplativo, fundamentalista, calvinista, anabatista-anglicano, metodista, católico, verde, encarnacional, deprimido-mas-esperançoso, emergente e inacabado” como faz Brian MacLaren?
Em geral, temos dificuldade de aceitar que Deus manifesta a sua graça nas outras tradições, além do nosso curral. Mas Jesus disse certa vez: Eu digo a vocês que, de fato, havia muitas viúvas em Israel no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e meio, e houve uma grande fome em toda aquela terra. Porém Deus não enviou Elias a nenhuma das viúvas que viviam em Israel, mas somente a uma viúva que morava em Sarepta, perto de Sidom. Havia também muitos leprosos em Israel no tempo do profeta Eliseu, mas nenhum deles foi curado. Só Naamã, o sírio, foi curado. Quando ouviram isso, todos os que estavam na sinagoga ficaram com muita raiva.
Jesus foi um ecumenista de verdade… Não falo do ecumenismo romano, que tenta unir instituições sob o cuidado papal. Não do irenismo, fingindo que não existem diferenças relevantes entre instituições. Não do diálogo inter-religioso entre não cristãos.
Todos os itens acima estão relacionados a instituições religiosas e não a pessoas. Entretanto Jesus não veio fundar uma nova religião ou denominação. Não se vê Jesus fazendo nenhum tipo de proselitismo religioso.
O ecumenismo de verdade une PESSOAS (não instituições religiosas) À CRISTO (e não às igrejas). Portanto, me refiro ao tipo de ecumenismo que RECONCILIA A CRIACÃO COM O CRIADOR.
Já ouvi relatos de que nos países onde o cristianismo é perseguido as diferenças entre ICAR, Ortodoxos e Evangélicos fica em segundo plano. Por que será?
Ora, a Igreja real e espiritual se mostra UNA, CATOLICA e APOSTOLICA, se torna o Reino de Deus visível no mundo justamente quando se posiciona e atua demonstrando amor. Não quando afirma seus dogmas institucionalizados ou relativiza seus valores fundamentais. É esta a Igreja que atravessa milênios e estará com Cristo no céu.
Perceberam que nas últimas eleições presidenciais houve um movimento espontâneo de união da cristandade em prol de questões éticas e valores comuns? O mais interessante é que não surgiram do ecumenismo formal ou do intelectual/ideológico-libertário. Embora tentou-se posteriormente descaracterizar a espontaneidade do ocorrido e critique-se a sua usurpação por uma corrente política, o fato é que o secularismo ideológico não estava pronto para este tipo de golpe vindo de uma corrente neo-espiritualista em plena pós-modernidade através dos novos meios de comunicação social. Ou seja, presenciamos um verdadeiro “netweaving da moral cristã”, uma verdadeira ação ecumênica em defesa da vida para o qual os atores tradicionais não estavam preparados para interpretá-la.
Segundo John Stott, “se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos manter a verdade em amor, não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade” (…)
Finalizando, o ecumenista legítimo crê que “AQUELE (e não aquilo) que nos une é maior que AQUILO que nos separa”. Percebe? Trata-se de vida e não religião. Aproveitando fica a dica para refletir na assinatura eletrônica de uma “colega listeira” Westh Ney: “No essencial – unidade; nas diferenças – liberdade; e em todas as coisas – o amor.” (teólogo Peter Meiderlin)
Notas
Ecumenismo na visão da ICAR – Igreja Católica Apostólica Romana, é o movimento de união das igrejas sob o apostolado de Pedro (Roma). Eles crêem que existe salvação nas outras igrejas cristãs, mas que a completa e sã doutrina é a romana.
Irenismo é a espécie de ecumenismo que defende a união de pontos comuns, esquecendo-se e subtraindo-se o que divide as religiões e a verdade de cada uma. A ICAR defende o tipo anterior e, portanto nega veementemente o irenismo.
Os primeiros concílios da igreja são chamados ecumênicos porque são aceitos por toda a cristandade.
O dialogo inter-religioso não é ecumenismo, pois o ecumenismo só existe entre cristãos. Ele visa à aproximação e ações conjuntas entre todas as religiões apenas no que se refere ao bem comum e ao homem.