Roney Medeiros
O que falta aos modelos de crescimento de Igreja? Proporcionar crescimento fora de suas portas…
O que falta para a Igreja emergente? Emergir do discurso para a práxis…
O que falta para a teologia da libertação? Libertar-se do marxismo e da ideologia travestida de teologia…
O que falta para a missão integral? Engajamento integral da igreja na causa missional…
O que falta para as igrejas históricas? Vida, entusiasmo, abertura para ser “reformada e sempre reformando”. Por sua vez, O que falta para as igrejas “avivadas”? Compromisso com a sua história. O que elas têm em comum? Fundamentalismo e falta de abertura à crítica.
Diante deste cenário o que nos resta? Nostalgia, lamentar o presente ou caminhar ao futuro?
Ah… Como seria uma igreja capaz de dialogar e atuar no mundo sem medo de ser afetado, contaminado ou confundido com ele?
Ah… Como seria uma igreja que interagisse no campo prático, cooperando com Deus em ações libertárias tanto nas relações de poder, econômicas e sociais como também no plano espiritual?
Ah… Como seria uma igreja cuja atuação no mundo não objetivasse um proselitismo oculto, mas o estabelecimento do Reino de Paz no mundo?
Ah… Como seria uma igreja propositiva, propondo questões antes não colocadas e levando esperança a sociedade ao invés de ficar defendendo seus dogmas e respondendo questões que já saíram da pauta?
Ah… Como seria uma igreja que depositasse sua fé nas escrituras e não em uma interpretação das escrituras, que não tenha receio e não demonize o questionamento (interno ou externo) de sua fé? Que admita que para muitas questões as respostas são possibilidades de fé que jamais serão provadas?
Ah… Como seria uma igreja que não fosse Igreja, mas uma “outra coisa” que não pudesse ser confundida com instituição? Talvez devêssemos ousar não ser mais que um movimento, pois “ek klesia” é mais um movimento que ajuntamento.
Ah… Como seria se este movimento estivesse disposto a fazer de seus relacionamentos sua liturgia, do diálogo sua homilética e da cooperação sua práxis?
Ah… Como seria se Deus pudesse ser percebido nas relações sociais, familiares? Nas relações igreja com o mundo e com os seus (pois já disseram que a igreja é o único exército que abandona seus feridos)? Afinal, Deus também se utiliza das relações como instrumento de sua revelação.
Corpo é unidade, é interdependente. Corpo tem comando, atende ao chamado do cabeça (sic). Corpo tem vida, corpo é movimento e esse movimento é interno e externo. Corpo existe no mundo e sua atuação gera e sofre impacto direto e indireto, no presente e no futuro.
Quero uma igreja nova, que não seja instituição mais que corpo. Um corpo vivo e não morto. Quero um movimento e não algo estático.
Nota: este artigo foi inspirado nos artigos “Quero uma igreja velha” e “Quero um culto velho” do Pr. Isaltino Gomes e não pretende ou deve ser confundido como uma resposta ou qualquer tipo de crítica.